5 de junho de 2017

Mesa 24

Era um dia cinza, nublado de Outono e lá estava eu mais uma vez sentada na mesa 24 observando o movimento dos carros naquela avenida. Fiz de mim a melhor companhia, mas meu pensamento era constante em nós.

Pensava em suas doces palavras, gestos, como toda minha realidade se tornava paralela ao seu lado em como sorria sutilmente. Mesmo diante aos contratempos da vida tudo se aquietava no momento em que nossos corpos se encontravam em um caloroso abraço, vindo junto de um cafuné em meus cabelos. Podia sentir seu coração bater junto ao meu, na mesma sintonia, nossas trocas de energia nos fazendo ser somente um e de como o tempo parava.

Um olhar distante em direção a cadeira vazia da mesa 24, lembranças sobre os momentos e sorrisos que compartilhamos. Olho para a porta em direção a rua, vejo rostos, pessoas e de alguma forma tudo me faz lembrar você.

Mas não posso, não devo! Meu coração ainda possui marcas e cicatrizes de um amor mal resolvido onde tudo faz parecer que não exista reciprocidade.

Levanto-me da mesa 24, pego minhas coisas e vou em direção a realidade que me espera, deixando um prato vazio sobre a mesa junto a todas ilusões, para
atrás.



29 de agosto de 2016

Meu ponto fraco...

É verdade, você é meu ponto fraco!  Você consegue me desestruturar, mexer com meu psicológico, sou totalmente vulnerável  a você. E o pior é que você sabe.

Ainda não aprendi a me defender de você, não existe um escudo ou armadura para lidar com isso, talvez eu esteja me permitindo a te querer e gostar dessa situação sem perceber.

Entre tantos olhares desviados e cruzados, tantos sorrisos dados aos nos encontrarmos em meio aos corredores da vida, tantas palavras não ditas. Confesso que sou um tanto covarde, assim como você quando se tratar de dizer claramente o que sinto; Já que meus sinais não foram decifrados.


Covardia por covardia, medo por medo vamos seguindo rumos diferentes até que um dia todo esse sentimento tenha um fim. Até que nos tornemos indiferentes um para o outro.

Quando os olhares não tiverem a mesma intensidade, quando as palavras não tiverem mais peso e  que seja possível manter o meu equilíbrio.

Sou seu oposto, você sabe. Enquanto você expressa calmaria, expresso caos. E mal posso esperar por me ver longe desse caos todo. Vai passar, eu sei! Sempre passa...





14 de agosto de 2016

Madrugada de Domingo

Madrugada de Domingo, um vinho barato, cigarros mentolados e olhar distante pela janela. A cada trago uma lembrança que se vai e a cada gole se afogando os sentimentos e as mágoas existentes dentro de mim.

Gosto do silêncio que a madrugada me proporciona, do simples fato da cidade, tudo ao meu redor estar tão quieto, silencioso e  através disso poder escutar a mim mesma, meu interior tão barulhento como o o dia-a-dia em cidade grande.

Mas chega! Chega dessa guerra de desinteresses, onde o que vale mais é mostrar quem menos se importa, de correr atrás e não chegar a lugar algum, de engolir a seco tanto sentimento, viver se afogando em meio a tanta intensidade, de viver em um labirinto sem saída.

E pensar no que não foi, naquilo que NUNCA será, devido a tanta covardia. Sim, covardia! Covardia por não dar importância ao que se sente e decidir ignorar, se afastar, nadar contra a correnteza e todos os dias se repudiar por sentir.

Confusões sentimentais são realmente uma droga. O que prende duas pessoas de ficarem juntas?
O orgulho? O medo de se arriscar? Outras pessoas? Por que esse sentimento dentro nós deve ser ignorado? Se no final seremos apenas pó, números e mais um em meio a multidão.

São perguntas que não deveriam existir, mas que existem e muitas vezes não possuem respostas.

Por fim a saideira, o ultimo cigarro do maço e um brinde a NÓS que nunca existiu e irá existir!