5 de junho de 2017

Mesa 24

Era um dia cinza, nublado de Outono e lá estava eu mais uma vez sentada na mesa 24 observando o movimento dos carros naquela avenida. Fiz de mim a melhor companhia, mas meu pensamento era constante em nós.

Pensava em suas doces palavras, gestos, como toda minha realidade se tornava paralela ao seu lado em como sorria sutilmente. Mesmo diante aos contratempos da vida tudo se aquietava no momento em que nossos corpos se encontravam em um caloroso abraço, vindo junto de um cafuné em meus cabelos. Podia sentir seu coração bater junto ao meu, na mesma sintonia, nossas trocas de energia nos fazendo ser somente um e de como o tempo parava.

Um olhar distante em direção a cadeira vazia da mesa 24, lembranças sobre os momentos e sorrisos que compartilhamos. Olho para a porta em direção a rua, vejo rostos, pessoas e de alguma forma tudo me faz lembrar você.

Mas não posso, não devo! Meu coração ainda possui marcas e cicatrizes de um amor mal resolvido onde tudo faz parecer que não exista reciprocidade.

Levanto-me da mesa 24, pego minhas coisas e vou em direção a realidade que me espera, deixando um prato vazio sobre a mesa junto a todas ilusões, para
atrás.



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